Os aprendizados da 4ª CNMA
Por: Rosângela Herzer dos Santos, advogada e sócia-fundadora do Escritório Herzer & Santos Advogados Associados e Conselheira Federal da Ordem do Advogados do Brasil
Durante os dias 14 e 15 de março, a advocacia feminina foi protagonista de um evento de extrema importância: a 4ª Conferência Nacional da Mulher Advogada, pormovida pela OAB Nacional. Eu tive a honra de participar deste que foi, na realidade, um grande e necessário debate para a inclusão efetiva das mulheres junto ao ecossistema do Direito no País.
Com temas atuais e de urgente discussão, a Conferência reuniu os mais expressivos nomes da advocacia, como magistradas, advogadas e especialistas em diversas áreas que levantaram discussões acerca de perspectiva de gênero, prerrogativas, comunicação, liderança e novos nichos de mercado, entre outros temas.
Aqueles dois dias serviram para levar luz a muitos questionamentos e também de levantar outros tantos, que com certeza serão motivos para as próximas conferências que virão.
Tivemos oportunidade de inaugurar 1º Colégio de Ouvidoras da Mulher da OAB, que representa um espaço fundamental para o fortalecimento da voz das mulheres advogadas, garantindo que nossas preocupações sejam ouvidas, criando um ambiente onde todas possamos prosperar e contribuir plenamente para a justiça e a igualdade.
Percebemos que já avançamos muito no tema paridade de gênero e que ainda há um longo caminho. Tivemos conquistas recentes, como a alteração no Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, visando estabelecer paridade de gênero e políticas de cotas raciais para negras, assim como a publicação da Lei 14.612/2023, que determina a suspensão do exercício da advocacia por profissionais condenados por assédio moral, sexual e discriminação.
Momento de grande emoção durante a Conferência foi a homenagem a Cléia Carpi, pioneira na participação da mulher advogada na OAB. Cléa foi a primeira e única a receber a Medalha Rui Barbosa, a maior comenda concedida pela Ordem. Conselheira federal por sete mandatos, também foi a primeira mulher a assumir a secretaria-geral do Conselho Federal, e a primeira a assumir interinamente a presidência da entidade. Ela nos orgulha e nos motiva a mantermos nosso foco em busca de mais espaços para a mulher advogada.
Eu tive a particular alegria de presidir o painel Governança e ESG, um assunto que nos instiga e nos traz muitas inquietações, pois trata-se de um olhar amplo sobre como estamos atuando com o olhar sobre como gerir nossas atribuições com um apurado cuidado com o meio ambiente e com a sociedade.
Foram dias de intenso aprendizado e, acima de tudo, de muito compartilhamento de ideias e de ideais. Tenho cada vez mais orgulho em ser uma mulher advogada e de perceber que integrar grupos e momentos como este nos fortalece cada vez mais.
Rosângela Herzer dos Santos,
Advogada e sócia fundadora do Escritório Herzer & Santos Advogados Associados